Já toda a gente mentiu. Seja para esconder algo, para evitar um conflito ou proteger alguém. Por muito inocente que seja, já disseste uma mentira a alguém.
No entanto, para algumas pessoas, a mentira é muito mais do que um deslize ocasional e transforma-se num comportamento compulsivo e crónico. Esta condição tem um nome: mitomania, ou mentira patológica.
A mitomania é uma doença psicológica que leva as pessoas a mentirem de forma repetida e, muitas vezes, sem qualquer motivo aparente.
Neste artigo, vamos explorar o que é a mitomania, quais os sintomas, causas, consequências, e como pode ser tratada.
Estás pronto? Aperta o cinto e embarca connosco nesta viagem.
O que é a mitomania?
Então, a mitomania, como já dissemos, é um transtorno psicológico caracterizado pela compulsão em mentir frequentemente e sem razão clara.
Isto é muito diferente de uma mentira comum. Essas são contadas com um propósito definido - evitar problemas ou enganar alguém. A mentira patológica, por outro lado, surgem de forma impulsiva e, muitas vezes, sem benefício para quem as conta.
Um mitómano sente uma necessidade quase incontrolável de mentir, mesmo em situações aparentemente inócuas.
Importante:
A mitomania não é um defeito de carácter.
É um distúrbio psicológico que exige tratamento. Este problema pode afetar as relações, o trabalho e a vida social da pessoa.
Quais as características da mitomania?
Reconhecer os sinais pode ser difícil, especialmente porque as mentiras são contadas de forma convincente.
No entanto, há alguns comportamentos típicos de quem sofre deste transtorno:
1. Mentiras frequentes e sem motivo aparente:
➡ um mitómano mente constantemente, mesmo quando não há razões para isso.
➡ as mentiras podem variar entre pequenas invenções a histórias totalmente inventadas.
2. Dificuldade em controlar o impulso de mentir:
➡ os mitómanos sentem uma necessidade incontrolável de mentir, mesmo quando sabem que a verdade seria o caminho mais fácil.
3. Inconsistências nas histórias:
➡ as mentiras são muitas vezes inconsistentes e a pessoa pode acabar por se contradizer.
4. Sentir prazer na mentira:
➡ alguns mitómanos sentem-se aliviados ou satisfeitos por contarem uma mentira, como se estivessem a fugir de uma realidade desconfortável.
A saber:
A mitomania está muitas vezes associada a outros transtornos psicológicos, como o transtorno de personalidade antissocial, baixa autoestima ou problemas de identidade.
Quais são as causas da mitomania?
As causas deste problema ainda não são totalmente compreendidas. Sabe-se que há um conjunto de fatores psicológicos e biológicos que podem contribuir para o seu desenvolvimento.
Ainda assim, algumas causas são:
1. Problemas de autoestima:
➡ este transtorno pode surgir como uma forma de compensar níveis baixos de autoestima.
➡ o mitómano pode sentir que, ao mentir, consegue criar uma versão de si mesmo mais aceitável e admirada pelos outros.
2. Traumas de infância:
➡ experiências traumáticas como abusos físicos ou emocionais, podem levar uma pessoa a mentir patologicamente, como um mecanismo de defesa.
➡ nestes casos, o objetivo é criar uma realidade paralela onde se sentem mais seguros.
3. Influências familiares:
Já diz o ditado que quem sai aos seus não degenera. Certo?
➡ crescer num ambiente onde mentir é comum, pode aumentar o risco de desenvolver este comportamento compulsivo.
Que consequências tem a mitomania na vida pessoal e social?
A mentira patológica pode ter consequências devastadoras na vida pessoal, social e profissional.
Aqui não há novidades: a mentira frequente mina a confiança e gera muitos conflitos com familiares, amigos e colegas de trabalho.
1. Relações pessoais:
➡ o medo de serem descobertos ou confrontados leva-os a afastarem-se das pessoas, criando um ciclo de isolamento social.
2. Impacto no trabalho:
➡ as mentiras constantes podem prejudicar a reputação profissional e levar à perda de oportunidades, ou até ao desemprego.
3. Desgaste emocional:
➡ tanto o mitómano como as pessoas à sua volta sofrem.
➡ quem mente compulsivamente pode sentir vergonha, culpa e solidão e, as pessoas à sua volta, podem sentir frustração, desconfiança e desgaste.
Além disto, manter uma vida baseada em mentiras pode agravar outros problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade.
A mitomania tem tratamento?
Sim. Geralmente envolve a intervenção de profissionais especializados em áreas da saúde mental, como psicólogos e psiquiatras.
A psicoterapia, em particular a terapia cognitivo-comportamental, tem mostrado ser uma abordagem eficaz no tratamento deste transtorno.
Aqui ficam algumas abordagens terapêuticas para este problema:
➡ Terapia cognitivo-comportamental (TCC): para ajudar o mitómano a reconhecer os seus padrões de pensamento e comportamento. Aqui, o objetivo é identificar as razões que o levam a mentir e aprender a lidar com várias situações de forma mais saudável.
➡ Apoio familiar e social: envolver a família e amigos no processo de tratamento é essencial. Por mais difícil que seja, cria um ambiente de apoio, sem julgamentos, para ajudares o mitómono a sentir-se mais seguro e confiante.
➡ Medicamentos: em alguns casos, pode ter de se recorrer a medicamentos para tratar transtornos psicológicos associados, como a ansiedade ou depressão, que podem estar a contribuir para o comportamento compulsivo.
As boas notícias são: a mitomania é uma condição tratável e, com o apoio certo, a pessoa pode aprender várias estratégias para controlar a sua compulsão.
3 dicas para lidar com uma pessoa com mitomania:
Claro que lidar com alguém que mente compulsivamente é um desafio.
De qualquer das formas, temos algumas dicas para lidar com esta situação:
1. Tem empatia e compreensão:
➡ tenta perceber que a pessoa está a lidar com uma condição psicológica. Isso pode ajudar a criar um ambiente mais favorável à recuperação.
2. Evita confrontos diretos:
➡ evita confrontar a pessoa diretamente com as suas mentiras. Isso pode gerar mais tensão e ressentimento. É preferível encorajar o diálogo aberto e honesto.
3. Incentiva a procura de ajuda profissional:
➡ se possível, sugere que a outra pessoa procure ajuda de um psicólogo ou psiquatra. É um passo importante para o tratamento.
Ora, concluindo:
➡ A mentira patológica é uma condição patológica que leva à compulsão para mentir sem razão clara.
➡ Embora seja uma doença desafiante, é possível tratá-la com a ajuda de profissionais de saúde mental e o apoio de familiares e amigos.
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